sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cantigas de Maldizer

O uso de expressões de baixo calão é frequente, com a clara intenção de difamar o satirizado, como na cantiga de João Garcia de Guilhadi :

Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!...
(...)

Cantigas de Escárnio

As cantigas de escárnio utilizam sátiras indiretas para atingir a pessoa satirizada. Faz-se o uso de ironias e expressões de duplo sentido, e o objetivo é nunca ser identificado, como neste exemplo de cantiga de autoria de Pero Gargia Burgalés :

Rei queimado morreu con amor
Em seus cantares por Santa Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lh'ela non quis [o] benfazer
fez-s'el en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!...

Cantiga de amor

O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível.